Será que o KI 67 pode ser usado como alvo de tratamento? O Dr. Diogo Alpuim, oncologista no Hospital CUF, esclarece que já “existem algumas terapêuticas genéticas que têm como alvo o KI 67. Em entrevista, palestrante na sessão “Novas abordagens para os marcadores tradicionais”, partilhou os tópicos essenciais da sua intervenção. Assista ao vídeo.
“Um problema logo à partida é que o KI 67 tem algumas contradições na sua terminação ao nível laboratorial e ainda não se sabe qual é o cut-off ideal”, afirma o especialista. Segundo o próprio, estas particularidades podem influenciar o tratamento neoadjuvante, o tratamento adjuvante e até a doença metastática.
Existe alguma evidência de que com uma biopsia às duas ou quatro semanas, com base no marcador KI 67, é possível verificar se o doente possui uma doença mais ou menos hormonossensível ou se é necessário avançar para quimioterapia ou cirurgia, partilha.
O Dr. Diogo Alpuim destaca também a importância deste marcador na confirmação da eficácia do tratamento com hormonoterapia e também da sua introdução no panorama de “quando e como tratar” os doentes, através da apresentação de um estudo recente que aborda o primeiro fármaco aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) com base no KI 67 acima dos 20%.
O oncologista conclui que, “geralmente, este marcador é mais elevado na doença metastática do que na doença localizada e nos doentes que têm recidiva”, e deixa em aberto a hipótese do KI 67 poder ser alvo de tratamento, o que já ocorre através de terapêuticas genéticas.